Aqui na MOTOCICLISMO, como os fãs em geral, ficámos um pouco surpresos pelas diferenças de ritmos a que assistimos durante os primeiros testes oficiais de MotoGP em Sepang. Por um lado, os protótipos de fábrica estão a rodar já no mesmo ritmo das anteriores 800 cc, com Casey Stoner a ser o expoente máximo, enquanto por outro lado, as novas CRT ficam a “léguas” de distância… por mais que se esforcem!
Mas, após uma sessão de testes privados realizados no circuito de Jerez, Randy de Puniet e a Aprilia da equipa Aspar (agora denominada Power Eletronics Aspar), mostraram que as diferenças entre os protótipos de fábrica e os das CRT não são assim tão grandes como se temia.
Utilizando pela primeira vez o pacote “full Aprilia”, ou seja, motor da RSV4 e quadro especificamente desenvolvido pela casa de Noale para competir no Mundial de Velocidade – quadro que tem de ser tipo protótipo e diferente do usado em Superbikes -, Randy de Puniet rodou no terceiro dia de testes em 1’40.3s (tempo não oficial).
Tendo em conta que o recorde da melhor volta em Jerez está na posse de Dani Pedrosa (2010), com um tempo de 1’39.731s, isso significa que De Puniet e a Aspar estão a apenas seis décimas do recorde!
Mas mais do que analisar o tempo do piloto francês em relação ao recorde da pista, quando comparamos os alegados tempos por volta registados nestes testes entre a equipa de teste da Ducati e a Aspar, conclui-se que a diferença desta “full Aprilia” para as Ducati de MotoGP é ainda menor.
Convidado pela Ducati para testar em Jerez a nova GP12, esteve o melhor piloto satélite da marca italiana nos recentes testes de Sepang: Hector Barberá. Mesmo tendo em conta que Barberá não estava a utilizar a sua moto e teve de dividir a GP12 com Franco Battaini, o espanhol terá rodado em Jerez com um tempo de 1’40.0s. Se Randy de Puniet efetivamente conseguiu 1’40.3s, isso coloca uma das melhores CRT a apenas 0,3 segundos de diferença das MotoGP.
Para além de Randy de Puniet, nestes testes estiveram ainda presentes o seu companheiro de equipa Aleix Espargaró (1,3 segundos mais lento que Barberá), Mattia Pasini com outra “full Aprilia” da equipa Speed Master (1,5 segundos a mais que Barberá), Danilo Petrucci com uma moto apenas com motor Aprilia da equipa Ioda (1.8 segundos de Barberá), enquanto James Ellison e a “full Aprilia” da equipa PBM Racing ficou a perto de 2,5 segundos de Barberá.
Embora seja ainda cedo para avaliar com exatidão as reais diferenças entre as CRT e as MotoGP, os dados que conseguimos obter após estes testes privados em Jerez, apontam para que as motos que utilizam motores baseados em unidades de produção não sejam tão lentas em pista como se temia.
Os próximos testes oficiais serão realizados de 28 de Fevereiro a 1 de Março, outra vez em Sepang. As equipas de MotoGP estarão todas presentes, enquanto das CRT apenas estarão algumas das nove inscritas em 2012.
E a si o que lhe parecem estes tempos que Randy de Puniet conseguiu com a “full Aprilia” CRT: estarão as CRT definitivamente no bom caminho e vão conseguir tempos de forma a intrometerem-se com os protótipos de MotoGP?
Fonte:Motociclismo