Aproveitando o Fim de Semana de Portas abertas, no domingo levei a mota ao check-up. E o que é que estava à minha espera (minha e de quem quisesse experimentar) à porta do Stand para test-drive? A nova VFR1200. Declaração assinada e embora lá fazer o test-drive sem nenhuma restrição imposta (uma palavra de agradecimento desde já ao stand em questão).
Esteticamente, há quem adore e há quem deteste. Infelizmente, insiro-me no segundo grupo. Desde a primeira vez que vi as fotografias e depois ao vivo na Expo Batalha, não mudei de opinião. Não consigo encaixar aquela frente gigantesca com aquela minúscula traseira, faltando-lhe algo. Acredito que com as malas laterais, minimize um pouco esta sensação.
De seguida, admiro os excelentes acabamentos, não se vê um único parafuso a prender as laterais, tudo muito bem unido, sem falhas. Já sentado, verifico o funcionamento dos comandos, o comutador do pisca, surge agora onde antes estava botão da buzina e vice-versa. Escusado será dizer, que inicialmente não me livrei de dar umas buzinadelas quando queria fazer pisca. Fiquei sem perceber o porquê desta alteração, visto que onde estava anteriormente, o comutador dos piscas estava mais acessível. O painel de instrumentos informa de forma clara, a informação necessária, destacando o indicador de mudança engrenada e um indicador de temperatura ambiente sempre visível. Fica a faltar, na minha opinião, já que se assume como uma sport-turismo, um indicador dos consumos e autonomia, informação que por exemplo, a Varadero, Deauville e até a desportiva CBR 1000RR disponibilizam. E com um depósito de 18,5l, em ritmos mais vivos, a autonomia não irá ser famosa. A posição de condução confortável, de acordo com o espírito, no entanto, achei o banco algo duro. Esperava um banco mais mole.
Posta em movimento, inicialmente em ambiente citadino, gostei da neutralidade do conjunto, uma boa maneabilidade, motor disponível desde baixas rotações, disfarçando muito bem os mais de 260kg. Reparei também, pelo menos em comparação com a minha, esta aquece mais as pernas em ambiente citadino (acusava 26ºC de temperatura ambiente, para exemplo). Será que no inverno também funciona?
Finalmente em via rápida, vamos lá soltar os cavalos. É incrível a facilidade com que o ponteiro do conta rotações sobe, e com uma suavidade incrível, sem darmos conta, já vamos a velocidades impróprias de divulgar. Entrega de potencia bem linear, não se notando quebras, como se quer numa sport-turismo (afinal, sempre são 170 CV!). Nas reduções embora seja de transmissão por veio, não teve nenhuma reacção brusca. E se precisarmos de travar, o sistema combinado com ABS trava mesmo!! E com uma segurança e estabilidade impecável.
Ok, e curvas? Não sendo uma desportiva pura, como o peso está bem distribuído, não se nega a fazer o que lhe mandamos. Ok, tem que ser com um bocadinho mais força, mas faz. Hora de a devolver, deixando aquela sensação que esta sempre foi a nossa mota e que já a temos há algum tempo, tal o modo de habituação.
Resumindo, quem procura uma sport-turismo com um motor com grandes potencialidades e goste da estética (ou não ligue nenhuma à mesma), vai ficar de certeza bem servido.
A melhorar (na minha opinião):
- Banco
- Capacidade do depósito
- Adição de informações de consumos
- E já agora, a estética.