Já tenho visto vários 'incidentes' de curvas mal feitas, e agora com este do Lusso (já tinha visto, mas revi agora que ele publicou o vídeo aqui no fórum), decidi deixar aqui uma dica muito simples e que pode ajudar imenso, principalmente em estradas que não conhecem.

Resume-se ao seguinte, se não conhecem a trajectória de uma curva, entrem nela o mais ao centro da estrada (por outras palavras, mais à esquerda dentro da vossa via) possível, de modo a estarem o mais afastados possível das bermas.

Apesar de nem sempre ser a melhor trajectória para fazer a curva o mais rápido possível, isto irá-vos trazer um grande benefício na estrada: Visibilidade.
Como estão mais afastados da berma, conseguem ter melhor ângulo de visão para dentro da curva, com isto:
- Com isto conseguem calcular melhor o ângulo da mesma;
- Por sua vez melhor trajectória;
- Conseguem antever obstáculos na mesma (sujidade, areia, um carro a vir meio fora de mão), porque estão a ver mais para dentro da curva;
- Conseguem antever melhor se a curva encurta (se não vêm a curva a terminar, provavelmente vai encurtar ainda mais...);
- Conseguem ter mais tempo para reagir, e incluindo abrandar, principalmente se já forem condutores com alguma experiência e se tiverem à vontade com travagens ao entrar na curva (a técnica chama-se Trail-Braking, mas isto fica para outro contexto).

Peço desculpa pelo desenho que fiz no 'paint' assim meio rasurado, mas serve para exemplificar (amarelo = área de visibilidade, traço = trajectória):



Agora exemplificando com o vídeo do Lusso:


Vêm a diferença de trajectórias? E de visibilidade que teria, e a suavidade de uma linha versus outra?
- Como teria mais visibilidade, não era apanhado tão de surpresa;
- Acaba por fazer uma melhor trajectória, não teria de inclinar tanto, curva feita com maior suavidade e segurança.

Repito, pode nem sempre ser a melhor trajectória para efectuar uma curva o mais rápido possível, mas na maior parte dos casos é a maneira mais segura, e na estrada, penso que seja o principal.

Qualquer dos casos, não invalida por completo os riscos por abusos para estrada que não se conhece, e a precaução é a vossa maior amiga.

Na estrada, se conhecem, contem com todos os obstáculos possíveis, carros que se podem atravessar, cruzamentos, alguém que parou a seguir ou a meio da curva (às vezes acontece), areia ou água, etc.

Se não conhecem, dupliquem ou tripliquem estes cuidados. Nunca andem rápido nem a testar as vossas capacidades em estradas que não conhecem, que é meio caminho andado para correr mal.
Se sabem 100%, andem a 70, 60, 50, ou até mesmo 40% das vossas capacidades em caso de dúvidas sobre a estrada e dependendo da vossa experiência, toda esta margem de erro, poderá ser-vos útil em caso de imprevistos.

PS: peço imensa desculpa ao Lusso por usar o vídeo dele como exemplo, não tenciono fazer 'descrédito' a ninguém, o rapaz conduz bem (apesar de seres um bocado maluco   ), apenas achei um bom exemplo para esta pequena dica que espero que possa ajudar alguém.

não li o texto todo mas basicamente as curvas abordam-se sempre assim, de fora p dentro

Deville escreveu:

não li o texto todo mas basicamente as curvas abordam-se sempre assim, de fora p dentro

Depende das curvas, nem sempre o mais fora possível é a melhor trajectória para a efectuar, mas na estrada, por norma é bem mais vantajoso e seguro que começar por dentro em 99% dos casos

Certíssimo a melhor maneira de abordar uma curva.

Muito fixe. Fica aqui uma ótima dica. Obrigado Daikoni

Daikoni escreveu:

Depende das curvas, nem sempre o mais fora possível é a melhor trajectória para a efectuar, mas na estrada, por norma é bem mais vantajoso e seguro que começar por dentro em 99% dos casos

na via publica tens veículos em sentido contrário, claro que não vais "o mais fora possível" mas sim o suficiente para em segurança poderes abordar a curva, teres maior visibilidade e procurares o apex.

diz-me lá um exemplo em que abordar uma curva por dentro é a melhor opção?

Deville escreveu:

diz-me lá um exemplo em que abordar uma curva por dentro é a melhor opção?

Existem vários.
- Por exemplo para evitar alguma área da estrada mais escorregadia, óleo, areia, se calhar é preferível fazê-la mais por dentro do que fazer por cima deste tipo de obstáculos....
- Trajectórias, sobretudo curvas com ângulos variáveis (encurtam, alargam) e/ou curvas e contra-curvas que se unem de modo menos linear.

Deixo aqui um exemplo... Façam de conta que isto é a estrada, e a vossa faixa (nem vale a pena dividir em 2 para simplificar, é igual):


Isto é um exemplo, em que ir mais para fora só 'desajuda', e em que há algumas que se faz por dentro. Com a política do ir 'mais para fora possível' aqui só desajudava, criava percurso desnecessário, e ainda complicava as trajectórias.

no 1º caso são casos específicos, há elementos extra e tens de te adaptar à situação

no 2º exemplo, não é uma curva mas uma sequência de curvas, e nesse caso tu preparas a sequência. Mesmo assim, o que ilustras é talvez a mais fluída trajectoria mas na via publica há que privilegiar a segurança em detrimento da eficácia e, olhando para essa imagem - com carros a poder vir em sentido contrário - dificilmente eu me aproximaria assim do eixo da via no 2º apex, acho bem mais seguro alargar logo aí e fazer o U seguinte de mais por fora. É o chamado "throw away corner", enjeito o 2º apex em favor de uma abordagem mais segura e eficaz no U que se segue.

Em suma, quanto mais por fora estás na abordagem a uma curva, maior visibilidade tens e mais cedo percebes se vai alargar / encurtar / obstáculos / etc.
Sinceramente não consigo ver nenhuma situação em seja benéfico abordar a curva por dentro.

Se olharmos para o video do Lusso, se ele abordasse a curva por fora provavelmente nao teria saído da faixa dele.
Claro que se pode dizer "ahh pois, mas se eu me chego ao eixo da via e me aparece em carro no meio da estrada?" - claro que isso pode sempre acontecer, ao andarmos na estrada estamos sempre sujeitos a isso mas de qq forma parece-me menos provável do que abordar mal as curvas e sermos nós a ir ter com eles à outra faixa.
Volto a dizer, chegar a eixo da via com bom senso e de acordo com a visibilidade, não é à toa.

Lê lá melhor o que eu disse... Eu disse para supor que é a vossa faixa (ou seja, toda aquela área, é tua, seja ela estrada de 2 sentidos, sentido único ou pista) por isso não há carros em sentido contrário. Se ficas mais feliz por adicionar uma faixa ao lado dessa, adiciona... Não o fiz, como disse para simplificar e não ter de desenhar a dobrar.

Quanto ao resto, depende da situação, se tiveres visibilidade (sem muros, vegetação, etc), nem é preciso nada disto, e escolhes a melhor trajectória.

Há situações que pode haver trajectórias melhores, daí ter dito 99% em vez de TODAS.

Pediste exemplo, dei-te exemplos, penso que toda a gente entendeu a ideia desde início...

Tudo o resto é quereres implicar e complicar

Acho que  a melhor maneira é mesmo ir mais devagar  

Muito bem usado o exemplo da imagens do lusso (tambem tem video)

Boas,

Ainda há dias mostrei este video a minha mulher que tirou a carta a pouco tempo. Tem boas dicas e vai de encontro com o que o Daikoni.

eu tenho a melhor dica de todas:
se nao conhecem a estrada, e o final nao curva nao é visivel, façam-na devagar!! lol

Daikoni escreveu:

Lê lá melhor o que eu disse... Eu disse para supor que é a vossa faixa (ou seja, toda aquela área, é tua, seja ela estrada de 2 sentidos, sentido único ou pista) por isso não há carros em sentido contrário. Se ficas mais feliz por adicionar uma faixa ao lado dessa, adiciona... Não o fiz, como disse para simplificar e não ter de desenhar a dobrar.

Quanto ao resto, depende da situação, se tiveres visibilidade (sem muros, vegetação, etc), nem é preciso nada disto, e escolhes a melhor trajectória.

Há situações que pode haver trajectórias melhores, daí ter dito 99% em vez de TODAS.

Pediste exemplo, dei-te exemplos, penso que toda a gente entendeu a ideia desde início...

Tudo o resto é quereres implicar e complicar

eu li bem, daí ter dito aproximar do eixo da via (no caso de ser de 2 sentidos)

em relação ao resto, não me alongo mais porque o meu entendimento de fórum é troca de opiniões e pontos de vista. Se achas que estou a implicar e a complicar, desculpa mas não contribuo para esse peditório.
Talvez tenhas ficado com essa ideia pela forma como te pedi para me dares exemplos, se assim foi aceito pq poderia ter-me exprimido de outra forma mas na verdade eu estava mesmo genuinamente a pedir exemplos, visto que não me ocorria (nem me ocorre) nenhum.

Sim Deville, sorry
Não há qualquer problema, e dei-te o exemplo de bom grado, a única coisa que quis dizer, e penso que disse foi que pode não ser sempre regra, é um dos bons pontos de partida, mas cada curva é uma curva.
Fiquei foi naquela, dei o exemplo mas tive a falar para o boneco

não falaste nada para o boneco. O que acontece é que mesmo depois dos exemplos que deste, continuo a não concordar. Isso não significa que eu esteja certo. 

all good.

ha outra boa forma de o fazer, alem de as fazer devagar:
- abrandamos antes da curva,
- olhamo-la fixamente, para o seu final mais visivel,
- vamos pedindo, com jeitiiinho, para ela nao ser marota e nao nos pregar partidas, acelarando progressivamente,
- se ela nos pregar uma partida, nao borrar a cueca, manter o sangue frio, inclinar mais ainda, fechar os olhos e dar mais gás.
- fechar os olhos pode nao ser boa ideia
- os olhos é que nos conduzem

Gonçalo, gostei do teu post.

Eu baixo a velocidade e ando mais devagar quando não conheço a estrada. E tiro na mesma prazer com a vantagem de andar na minha zona de conforto.

falando muito sério agora,
em curvas mais fechadas uso sempre a linha desse desenho.
mas quando vou para estradas que nao conheço, simplesmente nao me estico se nao vejo o final da curva. é comum em serra, encontrar curvas que a meio da curva ainda fecham mais, e acabam por se tornar ganchos.
aí nao ha tecnica nenhuma.... nem bloquear a roda de tras e dar logo gás á campeao tipo supermotard, porque simplesmente ja vamos com  velocidade para um gancho, que simplesmente nao sabiamos que estava ali.
uso sempre a mesma abordagem em curvas mais fechadas, quando as conheço.
quando nao conheço e nao vejo o fina da curva... calminha comigo

Também voto no andar devagar, sem dúvida que é a melhor maneira de todas para evitar incidentes, mas se juntarem a isto, têm segurança X2
O objectivo deste tópico não era fazer as curvas mais rápido, o objectivo era fazê-las com mais segurança!

Gonçalo GF escreveu:

- se ela nos pregar uma partida, nao borrar a cueca, manter o sangue frio, inclinar mais ainda, fechar os olhos e dar mais gás.
- fechar os olhos pode nao ser boa ideia
- os olhos é que nos conduzem

Nao sei se sera a melhor maneira!!( inclinar mais ainda, fechar os olhos E DAR MAIS GÁS )
penso que nessas situações deves manter uma velocidade constante
O dar gás progressivamente e quando ja tas com a visibilidade toda da curva...

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Bom post com informação útil! 
De qualquer forma, cada pessoa tem a sua própria forma de conduzir e de encarar cada curva. Mas concordo com o que já disseram aqui: quando não se conhece, o remédio mesmo é entrar devagar para "palpar" terreno.

acho que a determinada altura se misturaram conceitos (ou pelo menos eu fiz confusão) Claro que quanto mais devagar, mais seguro mas eu pelo menos não entendi que fosse esse o enquadramento. 
A opinião que partilhei é em relação a uma condução mais desportiva, em que vamos enrolar um pouco o punho. Não podemos ir todos para uma pista fechada sempre que quisermos, por isso temos de nos contentar com a via pública.
Assim, e sobretudo em estradas que não se conhece bem ou de todo, a primeira regra é que não devemos fazer a coisa para o cronómetro mas sim pelo puro gozo, daí que (tendo sempre como prioridade a segurança):
- não devemos andar muito próximo dos nossos limites, porque há variáveis na via pública que se podem pagar muito caro. 
 - abordar a curva por fora (abordar, não descrever) permite ter uma maior visibilidade e melhor angulo de ataque. 

Os únicos casos em que acho que possa fazer sentido abordar uma curva por dentro é só mesmo em curvas muito abertas em que se tem visibilidade para além da curva i.e. naqueles casos em que quase sem mudança de trajectória se "lambe" o apex.