Há uma frase bastante popular que diz “por cada um que cai, dois se levantarão!”. Esta frase, embora não possa ser levada à letra, aplica-se ao que hoje aconteceu no mundo do MotoGP.
No mesmo dia em que a Suzuki anunciou que irá suspender o seu projecto de MotoGP até à temporada de 2014, onde regressa com uma nova moto (mesmo sem saber quais serão as regras em vigor nessa altura), a Aprilia aproveita os testes das equipas de Moto2 em Valência para rodar a RSV4 com pneus Bridgestone de MotoGP.
A intenção da marca italiana não é a de “fazer” tempos, como comprova Alex Hofmann ao registar a sua melhor volta em 1’37.1s (por confirmar), dois segundos mais lento do que aquele que conseguiu com uma Aprilia de especificações Superbike e pneus Pirelli de qualificação no mesmo circuito.
A verdadeira intenção da casa de Noale é de adquirir dados que permitam fabricar um quadro protótipo para fornecer como parte do “pacote” Aprilia CRT em 2012. Para além dos motores RSV4 esperados na grelha na próxima temporada, a Aprilia pretende disponibilizar ainda um quadro específico, com rigidez optimizada para aguentar com as diferentes forças e aderência proporcionada pelos pneus únicos de MotoGP.
Alex Hofmann afirmou no final dos testes de hoje que não está a conseguir aquecer os pneus Bridgestone o suficiente para serem eficazes utilizando o quadro de fábrica da RSV4, mesmo tendo em conta que a Bridgestone já disponibiliza borrachas mais suaves que vão ser as utilizadas na próxima temporada.
Foi um facto verificado ao longo de 2011 que os compostos da marca japonesa e a composição da carcaça do pneu, muito rígida, impedem que os pneus entrem nas temperaturas de funcionamento ideais. Com a realização destes testes a Aprilia pretende assim ultrapassar este problema.
Falando ao site GPone.com, o director desportivo da Aprilia, Gigi Dall'Igna, afirmou que “ainda não temos os contratos finais assinados. Ainda não sabemos se iremos utilizar o comando das válvulas por cascata de carretos ou a solução utilizada em Superbikes, mas os quadros serão diferentes. Não podem ser os utilizados em SBK”, não escondendo a sua satisfação pela marca italiana poder através das CRT permanecer ligada aos Grandes Prémios.
A possibilidade de em 2012 aparecerem equipas com quadro e motor Aprilia poderá explicar o facto de, até agora existirem equipas CRT que confirmaram a sua participação com motores V4 da Aprilia mas, ainda não confirmam os seus quadros.
E se está a pensar que a Aprilia poderá estar com este apoio ao nível dos motores e dos quadros a “camuflar” uma participação de fábrica como uma equipa privada CRT, tentando contornar as regras, então a palavra final caberá à Comissão de Grandes Prémios.
Este corpo, com poderes de decisão no Mundial de Velocidade, é a entidade que decide quem está dentro das regras CRT ou não. A Comissão de Grandes Prémios entrega o estatuto CRT independentemente da moto que a equipa deseje utilizar mas, também poderá retirar esse estatuto em qualquer altura caso se aperceba que essas equipas estão a obter apoio de fábrica.
Fonte:Motociclismo