Antoine Meo

Fafe recebeu este fim-de-semana a segunda jornada do Mundial de Enduro que, depois do pó e piso seco que apanharam em Espanha na ronda de abertura, vieram encontrar alguma chuva na prova organizada pelo Motor Clube de Guimarães.
O percurso apresentou-se técnico e exigente, com as belas paisagens da região como moldura, tudo a receber os maiores elogios por parte dos 96 pilotos da caravana mundialista presente em Fafe. O público compareceu em grande número, especialmente nas especiais, durante os dois dias de prova, contribuindo para o sucesso do Grande Prémio de Portugal.

Nos dois dias de prova, a luta pela vitória è geral travou-se entre Antoine Meo e Mika Ahola, com este a bater o francês no primeiro dia por apenas três segundos. No entanto, foi a vez de Meo vencer a geral no Domingo, brindando David Knight (o segundo neste dia) com 11 segundos, enquento que Ahola não ia além do quinto posto. Sem qualquer margem para dúvida, Antoine Meo levou a Husqvatna TC250 à vitória na classe E1 na frente do seu compatriota Johnny Aubert (KTM) que foi segundo em ambos os dias.

Na classe E2, Ahola levou a melhor no primeiro dia, mas Ivan Cervantes foi mais forte no segundo e levou a melhor sobre o finlandês no GP.

Já na classe maior, na classe E3, David Knight não deu hipóteses no segundo dia, liderando Christophe Nambotin que tinha vencido o dia de abertura, vencendo assim a geral do GP na classe maior.

Portugueses
Dos oito pilotos lusos presentes (dois por cada classe), Gonçalo Reis ‘Sol Posto’ foi o que mais se destacou, levando a sua KTM ao sexto posto na classe mais competitiva do mundial (E1) logo no primeiro dia.
O piloto de Sintra esteve ao mesmo nível no segundo dia, mas ficou com a sua moto presa nas pedras da Especial Extreme e perdeu cerca de um minuto, o suficiente para baixar ao 11º posto no final do dia. Gonçalo chegou a esta prova “Extremamente motivado após o resultado da passada semana. Sabia que poderia contar com o factor casa para fazer um bom resultado, pelo facto de conhecer o tipo de terreno onde se desenrolou a prova. No primeiro dia de prova ataquei forte e fiz uma prova que foi, ousaria dizer, perfeita. Não cometi erros, andei concentrado e contei com a minha KTM para fazer o melhor resultado da minha carreira entre a elite do Enduro Mundial. No segundo dia de prova comecei bem, sem qualquer tipo de percalços, quando na especial Extreme tive dois azares seguidos. Na chegada a um obstáculo falhei uma passagem de caixa e a moto ficou em ponto morto e deu uma queda aparatosa. Quando voltei a colocar a moto em andamento fiquei sem travão da frente e caí novamente. Tive de parar para me recompor, resolver o problema do travão e só depois consegui continuar. Seja como for, foi uma belíssima prova onde contei com o apoio caloroso do público português. Este resultado histórico é para todos eles. ”

Gonçalo Reis

Sandro Marcos, o outro piloto da classe E1, também mostrou bom ritmo, terminando o primeiro dia em 13º, mas sofreu uma queda na última volta do segundo após bater numa pedra. O piloto de Matosinhos viu a sua Yamaha cair numa ravina e foi incapaz de a retirar de lá sozinho em tempo útil.

Já na classe E2, Luís Correia foi também obrigado a desistir mas logo no primeiro dia. O piloto ribatejano sofreu uma queda violenta magoando um pulso e a anca, preferindo não forçar as dores e abandonando a prova, já que é o actual líder do Nacional de Motocross do qual se disputarão duas provas nas duas semanas seguintes.

Mário Patrão fez uma prova regular, terminando em 17º e 18º (respectivamente) na classe E2 nos dois dias de prova. O piloto de Seia ainda teve um contratempo ao empenar o guia de corrente da sua Suzuki após embater numa pedra, mas conseguiu resolver o problema sem perder muito tempo.

Paulo Felícia também se mostrou à vontade nos percursos de Fafe, terminando dentro em 10º da classe E3 em ambos os dias de prova. Ainda assim não se livrou de contratempos mesmo se: “Entrei bem no dia, mas na primeira passagem pela Extreme perdi cerca de 35 segundos, porque fiquei preso. Tive que tirar a moto, e com isto baixei ao décimo sexto lugar ainda na primeira volta. A seguir só me restava atacar para tentar recuperar, e mesmo a terminar, conseguiu entrar no top ten. Soube a pouco, pois acho que poderia ter conseguido chegar mais à frente.” disse o piloto.

Paulo Felícia

Hélder Rodrigues, foi também forçado a abandonar, desta feita com um problema mecânico. O piloto da Almargem do Bispo foi 15º na classe E3 no primeiro dia, mas um escape partido no segundo obrigou-o a abandonar a prova.

Entre os Juniores, o espanhol Lorenzo Santolino não deu hipóteses à concorrência e venceu ambos os dias de prova, onde Gonçalo Bandeira e Luís Oliveira defenderam as cores nacionais. Bandeira foi o mais forte dos dois, terminando em 21º no primeiro dia e 14º no segundo. Quanto ao ‘Esgravulha Jr’, contabilizou várias quedas logo no sábado, terminando em 24º e 15º, respectivamente, os dois dias de prova.




Fonte:Motociclismo