Os motociclos podem vir a ser limitados a 100 cv de potência, sob a acção de uma nova proposta que será apresentada neste Verão pela Comissão Europeia. O objectivo, de acordo com a Comissão, é criar um padrão comum dentro dos vários países para que tudo esteja conforme o “espírito comum”.

A Comissão espera conseguir uma unanimidade a nível europeu para esta nova proposta, fazendo aumentar a perspectiva de que, dentro de algum tempo, os restantes países europeus tenham de adoptar uma norma já aplicada em França.

Mas, como não poderia deixar de acontecer, o consenso em torno desta questão será bastante difícil de obter. A começar em Inglaterra, onde um dos principais grupos de motociclistas, o MAG – Motor Cycle Action Group, já se mostrou contra esta proposta

“O Departamento dos Transportes pediu-nos a opinião sobre este assunto e nós somos claramente contra um limite de potência. O limite de 100 cv faz parte de uma nova agenda da União Europeia que, inclui, entre outras coisas, a obrigatoriedade de utilização de ABS.”

Uma versão “esboço” deste documento que irá ser apresentado agora, indicava as várias discrepâncias existentes dentro da União Europeia, criando problemas como “uma moto que esteja aprovada acima dos 100 cv num país, é recusada noutro. Este tipo de situação não vai de encontro ao espírito do mercado interno.” Para além de abordar este problema, a Comissão Europeia também fez questão de destacar que “existem estudos especializados que não conseguem demonstrar a ligação entre a potência do motor e a segurança”, pelo que esta proposta não faz muito para aumentar a segurança nas estradas.

Provavelmente ainda irá demorar algum tempo até vermos uma lei que limite a potência das motos a 100 cv ser aprovada – já imaginou a sua Honda CBR1000 RR limitada a 100cv? -, pois será muito difícil conseguir convencer todos os países a aprovarem tal texto.

Talvez fosse mais oportuno a Comissão Europeia pensar em aproveitar verbas para melhorar outros aspectos, talvez mais importantes para a segurança dos motociclistas europeus, como aulas de condução práticas com melhores condições, melhores condições nas estradas tanto ao nível do piso, como da sinalização das mesmas, ou até, acções de esclarecimento para que os condutores dos automóveis fiquem mais conscientes dos perigos que representam as suas acções, para quem circula em duas rodas.

Talvez isso faça mais pela nossa segurança do que qualquer outra coisa…