Manifesto de um Motociclista Açoreano:Inspecção Técnica Periódica18 03 2008
Publicado por
Bruno Botelho em
As nossas motas e
Segurança.
Parece que foi “ontem” que comprei a minha V-Strom 650 e, no entanto, já lá vão 4 anos desde que a tenho.
Com a bonita idade de 4 anos, a V-Strom teve que ser alvo da tal inspecção Técnica Periódica, que apenas é obrigatória nos Açores.
No caso das motas acima dos 125 cc é feita a primeira inspecção aos 4 anos (quando adquirida nova) e depois anualmente. Uma boa forma de “sacar” dinheiro ao pessoal das motas. Já não bastava o selo…
Mas vamos ao que interessa.
Ontem, dia 17 de Março, levei A V-Strom à sua primeira inspecção, a qual foi realizada na CENTROVIA (Centro de Inspecção de Viaturas dos Açores, Lda), situada em Ponta Delgada, mais concretamente na Nordela-Santa Clara, um pouco mais á frente do antigo matadouro.
Após passar pela parte burocrática, nomedamente, o registo informátco dos dados da mota, em que é pedido o Livrete, Registo de Propriedade e Seguro, passei para a inspecção propriamente dita.
No passado, já tinha feito inspecção a 2 antigas motas minhas, as quais foram do tipo “só para inglês ver”, pois o rigor deixava muito a desejar. Mas passados estes anos todos, as técnicas de inspecção às motas evoluiram e o rigor também.
A primeira fase da inspecção consiste em verificar toda a iluminação da mota, nomedamente as luzes médias e altas, piscas e luz de stop, isto é, verificar se as mesmas estão a funcionar correctamente. Inclusivé, têm uma máquina que verifica se as luzes médias e altas estão a ser projectadas correctamente e se são nítidas.
Também foi verificado o estado dos pneus e se as medidas dos mesmos estão de acordo com as que estão indicadas no Livrete.
Seguidamente, verificação do sistema de travagem, dianteiro e traseiro. Antigamente era o propietário é que se sentava em cima da mota e colocava a roda dianteira e depois a traseira em cima de uns rolos que fazem dgirar as mesmas e obedecia às instrucções do Inspector, ou seja, mandanto travar.
Agora mudou, o Inspector é que assume os comandos da nossa “menina” e realiza toda a operação, isto é, colocação das rodas (uma de cada vez) nos tais rolos e verificação da qualidade da travagem. Acho que esta medida é para evitar “aldrabices” por parte de “chicos espertos”. Mas ao ver este Senhor montar a minha V-Strom não fiquei lá muito satisfeito, pois esta é uma “menina” com algum porte, como o próprio verificou e expressou na altura. Enfim, não é para “trinca espinhas” como ele…
Depois desta verificação veio a inpecção aquilo que mais temia, ruído do escape. Antigamente (estou muito nostágico), não ispeccionavam o ruído das motas, porque não tinham aparelhos de medição. Mas tudo muda… infelizmente
Foi-me pedido para colocar a mota no exterior do edíficio e o Inpector foi buscar o tal aparelho de medição sonora, que julgo chamar-se sonómetro, e montou o mesmo. Um aparelho com um ar muito profissional, ou seja, uma pasta que continha um medidor com um ecrã, onde é possível ver nível de décibeis, rotações do motor (que segundo o Ispector não conrrespondem à realidade), etc, ligado a um microfone, o qual se encontra num tripé a uma certa distância (curta) da ponteira de escape.
Após a montagem de todo o equipamento, foi-me pedido para ligar a mota e os próximos 15 minutos (sensívelmente) que se passaram foram de verdadeira angústia para mim, porque aquela inspecção ao ruído podia ditar a reprovação da minha mota. Para os que não conehcem o escape da minha V-Strom, tenho um Remus em titânio, o qual tem um “bocal” de saída de gases enorme e produz um pouco de ruído, o qual é “música” para os meus ouvidos, mas não para os do Inspector.
Mas voltando á inspecção do ruído. Durante os tais 15 minutos, o Inspector andou às acelerações na mota, mas não as do tipo acelera e desacelera, mas sim acelerar a mota por fases de rotação, isto é, acelerava até as 3500 rpm e aguentava um pouco, até às 4500 rpm e aguentava um pouco, processo que se prolongou até cerca das 7000 rpm.
Durante esta fase da inspecção, mudoua posição do microfone do aparelho 2 vezes.
Cheguie-me para junto do aparelho que registava os décibeis e mostrava num pequeno ecrã e para minha surpresa vejo lá marcado (quando andava a acelerar até cerca das 7000 rpm) cerca de 82 décibeis, 81,8 se não estou em erro.
Perguntei se aquele número correspondia á medição real que o sonómetro estava a registar, ao que me foi respondido positivamente. Fiquei aliviado, porque o Livrete da V-Strom 650 indica que a mesma foi homolgada com um nível de ruído que pode ir até um máximo de 87 décibeis. Com cerca de 82 décibeis estou safo :-).
E assim foi, a V-Strom passou no teste do ruído, sem sequer pestanejar :-). O Inspector afirmou junto de mim que pensou que ela não passava neste teste, pois o ruído emitido pelo Remus é mais que evidente. Mas nem tudo o que parece é, e apesar de parecer mais ruido que o escape de série, este Remus produz poucos décibeis, porque o Inspector referiu que uma homolgação com um máximo de 87 décibeis já é muito.
Resultado final da isnpecção:
APROVADO!!!
A minha V-Strom está apta a circular na via pública e, infelizmente, terá que fazer nova inspecção em Março de 2009. A lei assim obriga as motas de cilindrada superior a 125 cc, coisa que acho ridículo, porque regra geral, as motas andam sempre em melhor estado que grande parte dos automóveis que por aí circulam nas nossas estradas. Mas lei é lei e terei que desembolsar 22 euros de ano a ano.
Agora terei que guardar este dístico na carteira, à semelhança do selo:
Este dístico faz parte deste documento, do qual é destacado:
Uma vista do cabeçalho do docmento:
Como podem verificar, a única coisa apontada na inspecção da minha mota foi as luzes mádias, as quais consideram que o feixe está com orientação baixa. Mas estão assim propositadamente, dado que com a regulação de série, os mesmos apontam na direcção da visão dos condutores de “enlatado”, deixando-os encandeados (azar deles…).
Mas o que interessa é o resultado final,
APROVADO.
Para quem for fazer a inspecção à sua mota, já sabe, convém ter tudo em ordem e escapes de rendimento nem sempre são sinónimo de décibeis a mais. vale a pena arriscar.
Boas curvas