A Parkalgar Honda sai do seu circuito de cabeça erguida. Partindo para a derradeira jornada do Mundial de Supersport, no Autódromo Internacional do Algarve, com 19 pontos de atraso face a Cal Crutchlow, o piloto da equipa portuguesa, Eugene Laverty, nada mais podia fazer do que dar o seu melhor, e esperar para ver o que acontecia.

Isso foi conseguido com uma perfeição absoluta: o irlandês fez a “pole position” e liderou a corrida com a autoridade de um ditador, comandando desde o apagar dos semáforos vermelhos até à bandeira de xadrez, e sem nunca dar confiança a ninguém.

Desta vez, e muito ao contrário do que sucedeu algumas vezes ao longo do ano, o “escudeiro” de Laverty foi o turco Kenan Sofuoglu, terceiro do campeonato, que, como piloto Honda, embora de outra equipa, fez o que lhe competia, que era não passar Laverty e impedir ao máximo a aproximação de outros pilotos. Foi superado pela Kawasaki de Joan Lascorz à 3ª volta, mas o espanhol caiu logo em seguida.

Crutchlow, também contrariamente ao que o seu temperamento fogoso poderia levar a crer, fez uma corrida inteligente. Era terceiro mas não quis “ir buscar” Sofuoglu (que geralmente, não é de meias medidas no “corpo-a-corpo”), e nem lutou muito para manter o 3º posto quando foi passado pela Triumph de Garry McCoy.

O inglês da Yamaha estava tranquilamente em quarto, com o 5º colocado bem distante, e mesmo um 10º posto seria suficiente para lhe assegurar o título. E foi assim que terminou a corrida, com Crutchlow a acabar o campeonato com mais 6 pontos que Laverty.

Quanto a Miguel Praia, que partia da sua melhor posição de sempre na grelha, um 7º posto, fez uma partida menos conseguida que o habitual e era 13º à primeira passagem, vindo depois a recuperar para o 10º lugar exactamente a meio da corrida, mas não mais saiu dessa posição. Foi um dos seus melhores resultados (já havia sido 9º e 10º este ano), mas o piloto algarvio não pode impedir-se de sentir que podia ter ido mais além no seu circuito.

Não fosse a tensão inerente ao título mundial que estava em jogo, e poderíamos mesmo dizer que foi uma das corridas mais aborrecidas da temporada. Durante mais de meia corrida pouquíssimas foram as trocas de posições no top 10, mas no final valeu a pena pelo triunfo das cores da Parkalgar.

Quanto a Cal Crutchlow, há que admitir que, tudo somado, foi um merecido Campeão do Mundo.

A Yamaha “limpa” assim mais um título Mundial de pilotos este ano, depois de Rossi neste mesmo dia na Malásia.

Supersport – Corrida

1. Eugene Laverty (Honda)
2. Kenan Sofuoglu (Honda)
3. Garry McCoy (Triumph)
4. Cal Crutchlow (Yamaha)
5. Mark Aitchison (Honda)
6. Michele Pirro (Yamaha)
7. Fabien Foret (Yamaha)
8. Chaz Davies (Triumph)
9. Barry Veneman (Honda)
10. Miguel Praia (Honda)