Jorge Lorenzo, bicampeão do MotoGP, confessou que já pensou abandonar as pistas, o que aconteceu depois do acidente que sofreu na temporada passada, em Phillip Island, Austrália, e do acidente fatal do italiano Marco Simoncelli.
Por causa da sua queda, Lorenzo ficou de fora o resta da época e assistiu de longe à tragédia que vitimou o companheiros das pistas. Ficou, naturalmente, abalado, como confessou em entrevista ao jornal «El País».
“Tive umas semanas de dúvida depois de perder parte do dedo no acidente em Phillip Island e da tragédia com Simoncelli, mas ainda tinha um ano de contrato e tinha de cumpri-lo. Mas não sabia se continuaria depois”, assumiu.
O espanhol explicou que com o passar do tempo foi ficando com as ideias mais claras: “O ser humano, por sorte ou azar, esquece rápido, tanto o bom, como o mau. Agora, por exemplo, estamos a celebrar um título, mas dentro de uma semana já não pensaremos mais nele.”
Lorenzo garantiu que os pilotos não pensam na morte quando avançam para uma corrida, embora sejam “conscientes”. “Por sorte, a segurança deste desporto melhorou e, apesar de as motos correrem cada vez mais, existem proteções melhores e os circuitos são mais seguros. Então é algo que raramente acontece, apesar de que ultimamente tivemos a desgraça de terem morrido dois pilotos em dois anos”, lamentou, lembrando também a morte de Shoya Tomizawa, em Misano, em 2010.
“Nos carros, está-se protegido pela carroçaria, pelo chassis. Na moto é muito mais vulnerável: vais para um lado e a moto para o outro”, descreveu.
Sobre o título de campeão do mundo ganho na Austrália, no domingo, Lorenzo não tem muitas palavras: “O que pode ser melhor do que ser campeão do mundo na sua profissão?”
“É o máximo que se pode conseguir. É o que o futuro carrega na história. E as memórias ficam para sempre”, completou.
Fonte: Autoportal