Boas notícias para os motociclistas franceses: o parlamento francês rejeitou a diretiva europeia que prevê a introdução das famigeradas Inspeções Periódicas Obrigatórias, diretiva que foi proposta recentemente pela Comissão Europeia, sob o argumento de melhorar os números relativos à sinistralidade específica dos motociclos.
O parlamento francês rejeitou a ideia proposta pela Comissão Europeia e, para isso muito terão contribuído as várias ações (massivas) de protesto realizadas pela “French Association of Angry Bikers” (FFMC), ao mesmo tempo que nos bastidores iam pressionando os políticos, alertando-os para as consequências negativas que a introdução das IPO teria no setor das duas rodas.
Um dos pontos interessantes da votação desta diretiva foi que, todos os partidos, sem exceção, da direita à esquerda, votaram contra a proposta de lei.
Os leitores mais atentos ficarão a perguntar-se “então mas em Portugal temos de adotar esta diretiva sem que esta tenha de passar por votação no Parlamento português”? Na realidade, aqui na MOTOCICLISMO não sabemos responder a esta pergunta, pois tudo o que envolve as IPO a motociclos em território nacional continua envolto em “mistério”, devido à ausência de repostas às nossas perguntas que, insistentemente, temos tentado obter do Governo desde início de Agosto.
Da parte do Governo a única justificação para a introdução das IPO a motociclos – para além de melhorar (alegadamente) a segurança rodoviária – é que apenas se limitam a seguir as indicações da Comissão Europeia e essa é a razão para terem aprovado
em Conselho de Ministros a diretiva mas, tal como se pode perceber pelo veto francês, a diretiva comunitária que prevê o largamento
generalizado destas inspeções técnicas a motos ainda não foi aprovada em definitivo pelo Parlamento Europeu.
Quando inicialmente foi aprovada em conselho de ministros a introdução das IPO a motociclos, triciclos e quadriciclos acima dos 250 cc, a MOTOCICLISMO teve acesso a um e-mail da Federação Internacional de Motociclismo (FIM) em que a nossa fonte referia que “se as vossas autoridades estão a dizer que estão a seguir uma lei da UE, então estão a ser económicas com a verdade…”, dando a entender de forma clara que o Governo não tem fundamentação “europeia” para alargar as IPO a motociclos.
Então o que acontece agora que a França (a juntar à Suécia, Holanda e Finlândia) disse “não” às IPO? De acordo com a FFMC e com as regras que regem a União Europeia “caso mais cinco países membros – a juntar aos referidos – emitam o seu parecer desfavorável à adoção deste projeto de regulamentação, a Comissão Europeia será obrigada a rever o texto inicial. Caso contrário, o procedimento para adoção do texto seguirá o seu curso (votação no Parlamento Europeu e no Conselho da União Europeia, onde será eventualmente aprovada ou vetada) ”.
A MOTOCICLISMO está atenta a este assunto que irá afetar os motociclistas europeus e, em particular os nacionais, pois o alargamento das IPO a motociclos continua envolto em muitas perguntas sem resposta por parte de quem as deveria dar.
Fonte: motociclismo.pt