Após as primeiras sessões de treinos de conjunto entre as equipas de MotoGP de fábrica e as privadas CRT, em que se confirmaram as diferenças de performance entre os dois tipos de motos, a Dorna tem sido “atacada” pelos mais diversos sectores ligados ao Mundial de Velocidade por ter criado a sub-categoria CRT.
Carmelo Ezpeleta, o “todo-poderoso” que está aos comandos da Dorna, já veio a público por diversas vezes defender a criação das equipas CRT, baseando a sua decisão no facto destas equipas conseguirem aumentar o número de motos em pista e, ainda permitem às equipas privadas inscreverem os seus pilotos sem os custos absurdos a que estamos habituados.
Agora, Ezpeleta regressa ao nosso “radar” após um conjunto de declarações proferidas aos meios de comunicação italianos em que, apesar de continuar a defender a redução de custos, pretende aumentar a competição em pista criando equivalências nas motos
“A situação real é esta: os custos de MotoGP são elevados, é uma batalha tecnológica. Claro que sem esta particularidade não podemos considerar MotoGP como a expressão máxima do motociclismo, mas estamos a falar da competição entre pilotos e equipas em pista e a escolha das CRT é dedicada às pessoas que pretendem competir mas que não têm acesso a orçamentos gigantescos”, começou por afirmar um inabalável Carmelo Ezpeleta, para depois continuar e deixar antever o que poderemos esperar num futuro próximo para as MotoGP
“Os pilotos mais fortes vão permanecer nas equipas oficiais, e segundo Corrado Checcinelli, se cortarmos na tecnologia das motos oficiais a diferença irá diminuir. Já iniciámos o processo, mas permanece o problema das 1000 terem muito mais potência que as 800 cc. No próximo ano as coisas vão decorrer como planeado, mas temos de resolver o problema. Nós já fizemos a proposta e estamos à espera da resposta: está claro que iremos implementar um tecto à potência em 2013, estamos a pensar num limite às rotações e uma centralina única para todos, estes são os pontos em que estamos a trabalhar”.
Fica claro que Carmelo Ezpeleta não está contente com as actuais regras para a categoria MotoGP/CRT e que, quando for possível, as regras vão ser revistas, pois para 2012 já não podem ser alteradas.
Para a próxima temporada, como o próprio Ezpeleta afirmou, teremos de nos contentar em assistir a dois campeonatos “separados” mas, nem mesmo a Dorna irá aceitar uma diferença tão grande entre as equipas oficiais e as alegadas CRT.
Adivinha-se nova tempestade para a categoria rainha do motociclismo mundial, quando chegar a altura de redefinir as regras que entram em vigor em 2013.
Será que as CRT serão mesmo a única solução para salvar a expressão máxima do motociclismo a nível mundial? Ou é daqueles que pensa que bastaria reduzir a tecnologia disponível para diminuir os custos actuais?
Fonte:Motociclismo