A nova categoria que substituirá por completo as actuais “quarto-de-litro”, a Moto2, continua chamar a atenção de várias equipas. Desta vez é a Tech3 – equipa satélite da Yamaha em MotoGP – que já fez saber que estará a pensar pôr a sua “seiscentos” em pista, para testes, ainda antes do final de 2009.

Hervé Poncharal, Director da Equipa, demonstra um grande interesse na nova categoria, pois acredita que apesar das equipas privadas não serem comparáveis às equipas de fábrica, a Moto2, ajudará essas equipas a sobreviver.

“Se tivermos uma equipa de Moto2, podemos ir buscar pilotos jovens aos campeonatos nacionais, trazer esses pilotos para Moto2, onde poderemos trabalhar com eles, avaliar o seu potencial e ensiná-los. Depois se esse piloto for mesmo brilhante, pode passar para a nossa equipa de MotoGP, onde em conjunto com a nossa equipa de fábrica, podemos avaliar o seu potencial nessa categoria. Se for mesmo bom, pode então passar para a equipa de fábrica”

Poncharal confirma ainda que é impossível “combater” contra equipas como a Fiat Yamaha, Ducati Marlboro ou Repsol Honda, pois os orçamentos são inferiores, o que os deixa sempre um passo atrás.

“Se nós, como equipa independente, queremos passar como uma equipa grande, e combater contra as equipas principais, então estamos enganados! Como nunca vamos ter os mesmos meios nem os mesmos orçamentos, vamos estar sempre um nível abaixo, mas mesmo assim poderemos ser uma equipa feliz e de sucesso.”

Ao contrário de MotoGP, as regras de Moto2 proíbem especificamente a utilização de motores altamente modificados – logo muito dispendiosos – o que, de acordo com Poncharal, faz enquadrar perfeitamente a nova categoria de GP no quadro económico actual

“Moto2 enquadra-se perfeitamente no quadro económico actual! Nos últimos testes oficiais em Valência, estiveram sete motos de 250 cc, por isso há um problema com esta categoria. Esse problema é o custo!”

De seguida, o Director da Equipa Tech3 concluiu o seu pensamento, explicando a sua visão do que poderá trazer de melhor a Moto2

“Moto2 irá utilizar uma tecnologia de motores que já existe, e é largamente utilizada por todos os fabricantes, ou seja, motores de quatro cilindros a quatro tempos. Será muito mais barato para qualquer equipa privada. Por isso veremos motos com design muito diferente, talvez até muito exótico. Por isso, se é mais exótico, mais barato e mais excitante – é perfeito!”

A Tech3 junta-se assim à Moriwaki e à Blusens que já apresentaram as suas máquinas para Moto2, enquanto a Bimota e a Ilmor já fizeram saber que estão interessadas em participar de alguma forma, na nova categoria de GP.