A actual situação não está a funcionar! Essa é a opinião de Paolo Flammini, responsável pala Infront Motorsports que gere os destinos do Mundial de Superbikes. O número reduzido de pilotos a participar em SBK, ao contrário do que acontece com Supersport que esta temporada tem mais de trinta pilotos em cada ronda, está no centro das atenções de Flammini.
De acordo com o site italiano GPone.com, a Infront encontra-se numa série de reuniões que visam negociar os termos de uma mudança de regras do Mundial de SBK para a temporada de 2012. A principal mudança é que, ao que tudo indica, cada piloto desta categoria apenas poderá contar com uma moto completa na sua garagem, enquanto actualmente podem estar duas.
Esta medida visa reduzir os custos que as equipas têm ao longo da temporada, estimando a Infront que isso signifique uma redução de cerca de 300.000 euros no orçamento anual de uma equipa de dois pilotos, valor que, na realidade, tem um peso muito significativo na planificação de uma temporada de cada equipa.
Mas além de reduzir os custos por equipa – o que significa menos desistentes no final de cada temporada devido à falta de patrocínios, esta medida deverá também permitir que equipas de um piloto consigam aumentar o seu esforço para dois pilotos, tendo um custo anual estimado de “apenas” mais 200.000 euros, que seriam encontrados devido à maior exposição dos patrocinadores da equipa.
Esta ideia já foi aplicada na actual temporada do Mundial de Supersport com bastante sucesso. Em consequência directa desta regra, em SSP, o número de pilotos que em 2010 era de apenas vinte em algumas corridas, esta temporada ultrapassa facilmente os trinta pilotos participantes.
Um bom exemplo disso mesmo é a nossa equipa Parkalgar, que utilizou as motos que eram de reserva para os seus principais pilotos, Sam Lowes e Miguel Praia, criando uma segunda equipa com mais dois pilotos que conta com o apoio total da Parkalgar.
Mas nas negociações que a Infront está a organizar com todos os interessados em SBK está ainda a possibilidade de, para 2012, existirem algumas alterações em relação às próprias motos: redução da electrónica que controla os vários parâmetros de motor ou controlo de tracção, e ainda o “aproximar” dos motores das suas versões de produção em série.
Se em relação à regra de uma moto por piloto as equipas não deverão criar grande resistência e aceitam o facto sem grandes problemas, já em relação a reduzir a electrónica e às restrições na modificação dos motores a situação não parece agradar a ninguém.
É que não será fácil de dizer a uma marca como a Kawasaki, a BMW, a Aprilia ou a Ducati que já não podem utilizar os seus controlos de tracção que estão instalados nas motos de série, enquanto a situação pouco afecta as restantes marcas, pois tanto a Yamaha como a Suzuki não oferecem este sistema nas suas motos para a estrada.
A mudança de regras no Mundial de Superbikes está a um pequeno passo de ser concretizada e, no caso dos pilotos passarem a contar com apenas uma moto na garagem, já estamos a prever muitas dificuldades para alguns pilotos que são mais conhecidos por destruir várias motos completas por cada fim-de-semana… como é o caso de Ruben Xaus.
Fonte:Motociclismo