Boas
A minha aventura começa com o facto de eu ter comprado uma CBR 929RR sem ninguém saber (principalmente os meus pais, onde vivia na altura), e guardava o bicho na garagem de um amigo.
Assim em Abril de 2000 (já lá vai algum tempo) decidi ir fazer uma visita a uns amigos a Macedo de Cavaleiros.
Disse aos meus velhos que ía a uma jantarada ao porto num sábado e que ficava lá para domingo. Sabado de manhã sem ninguém saber, deixei o carro junto da garagem onde guardava a mota e arranquei (de Coimbra).
1º problema - chovia copiosamente, mas tinhas umas calças impermeáveis e um daqueles blusões de pele da Repsol, e pensei, o blusão aguenta.
Arranquei de manhã e tive logo a 1ª surpresa perto de Aveiro, os ombros começaram a ficar mais fresquinhos, mas não desiti (toca a andar em frente).
Quando cheguei ao Porto já estava com o tronco bem ensopado, mas continuei.
Parei em Amarante para abastecer e estava encharcado, até o telemóvel vertia água, mas continuei.
Depois comecei a subir o Marão, e para o pessoal que conheçe o sitio, aquilo faz um frio de rachar, e eu todo molhado da cabeça aos pés (sim porque a águas ia escorrendo para baixo).
Até ao fim da subida congelaram-me as mãos, o corpo todo e comecei a tremer de frio como uma vara verde, mas quando cheguei lá em cima pensei, já falta pouco...
Erro meu, o tempo que faltou para Macedo de cavaleiros foi uma eternidade, muita chuva (não via nada à frente), e quando lá cheguei estava tão gelado, com tanto frio, e tremia tanto que quase não conseguia tirar a chave da ignição (e não estou a brincar).
A seguir despi-me e troquei-me (felizmente a muda de roupa estava seca) e fiquei meia hora em frente a uma lareira tal e qual um chouriço a curar.
No dia seguinte vim para baixo com pouca chuva e roupa quase seca, pelo que a viagem foi bastante melhor.
Depois foi só explicar aos meus pais como é que eu tinha ido jantar de carro (ao porto) e aparecia em casa com a roupa toda molhada...
É facil, um amigo deixou as chaves dentro do carro e estivemos uma data de tempo à chuva para conseguir abrir as portas... (ainda hoje nem sonham por onde andei, e por cima de mota)...
Já lá vai algum tempo, mas do frio que passei nunca me vou esquecer.
Boas curvas.