Os
primeiros sinais da reunião da associação dos construtores do Mundial
de Velocidade (MSMA - Motorcycle Sport Manufacturers Association,
composta pela Aprilia, Ducati, Honda, Kawasaki, Suzuki e Yamaha),
realizada ontem em Tóquio, apontam para a possibilidade da Kawasaki
reconsiderar a sua posição de retirada do MotoGP.

Depois de, no
penúltimo dia de 2008, ter comunicado à Dorna e às restantes equipas da
disciplina a sua intenção de se retirar da categoria máxima do
motociclismo desportivo, a Kawasaki – que nunca fez um comunicado
oficial e público sobre a matéria – poderá estar a reconsiderar a sua
posição, mantendo-se na grelha de MotoGP, através da sua equipa oficial
ou apoiando uma inscrição privada (Team Aspar é o principal candidato).

A
principal razão para este “volte-face” parece ser a elevada factura que
a marca teria que suportar para pagamento de indemnizações, para além
do investimento já efectuado no desenvolvimento da versão 2009 da
ZX-RR. Indemnizações a pagar, em primeiro lugar à Dorna, com quem tem
um contrato que a obriga a participar no campeonato de MotoGP até 2011,
aos pilotos e aos elementos da equipa que assegurava a participação nas
provas. Fala-se em qualquer coisa como 20 milhões de Euros entre o que
já se gastou em desenvolvimento e custos de rescisão de contratos…

Michael
Barthelomy, o chefe de equipa da marca no MotoGP foi chamado ao Japão
para uma reunião com o “estado maior” da Kawasaki, não se sabe se para
renovar a confiança no seu trabalho ou se para lhe comunicar o
“despedimento” e a troca pela equipa de Jorge Martinez.

Nesta
reunião, à qual não assistiu ninguém da Dorna, ao contrário do que se
chegou a falar, discutiram-se medidas tendentes a baixar os custos no
imediato e a médio prazo. Em 2009 será difícil actuar nalguma área à
excepção da diminuição do número de dias de testes, de modo a prolongar
o tempo de vida útil dos motores e reduzir custos operacionais.

Numa
entrevista dada à imprensa italiana, Carmelo Ezpeleta, director
executivo da Dorna, fala mesmo em cancelar os treinos de sexta-feira
nos Grandes Prémios. Mas para 2010 algo mais profundo terá que ser
adoptado, nomeadamente o abandono dos travões de carbono entre outras
medidas que visem a contenção das despesas e o equilíbrio do plantel
entre equipas oficiais e privadas.

Nessa mesma entrevista,
Ezpeleta diz que, se tivesse que ter apenas 17 motos na grelha isso não
seria problema de maior e que o seu objectivo é o de ter 19 motos em
2010. De qualquer modo o homem forte do MotoGP acredita que, de um modo
ou outro, a Kawasaki estará na grelha de 2009.