É um dia para recordar: a Ducati anunciou que a sua participação no Mundial de Superbikes termina no final da actual temporada. Esta decisão apenas afecta a participação da equipa de fábrica, a Ducati Xerox, pois a casa de Borgo Panigale pretende continuar a ajudar as suas equipas privadas com apoio técnico.
Esta decisão é de todo inesperada mas é algo que a Ducati já tinha ameaçado por diversas vezes. Algumas das explicações possíveis para esta tomada de posição são as inúmeras restrições ao desenvolvimento dos seus motores bicilíndricos no Mundial de SBK e, o facto dos organizadores deste campeonato não estarem a conseguir evitar o aumento exponencial dos custos, especificamente dos custos relativos aos motores que deveriam ser derivados de série e que, estão cada vez mais aproximados com unidades tipo protótipos.
Aqui fica o comunicado da Ducati na íntegra
“Esta decisão faz parte de uma estratégia específica da parte da Ducati, com o intuito de aumentar os níveis tecnológicos dos modelos de produção que vão chegar ao mercado nos próximos anos. De forma a tingir este objectivo, os recursos técnicos da empresa, que até agora estavam envolvidos nos esforços da equipa de fábrica em superbikes, passam a estar dedicados ao desenvolvimento da nova geração de motos hypersport, tanto na versão homologada como na versão de competição,” afirma o presidente da Ducati, Gabriele Del Torchio. “Eu gostaria de agradecer ao Nori e ao Michel, e a todos os nossos pilotos que contribuíram para a grande história da Ducati nas Superbikes, mas acima de tudo agradeço aos funcionários da Ducati: é devido ao seu trabalho e profissionalismo que nos permitiu alcançar resultados tão importantes,” concluiu Del Torchio.
“Ao tomar esta importante decisão a Ducati pretende aumentar a rapidez com que transfere as soluções tecnológicas testadas no campeonato de protótipos, para as séries de produção.
A tarefa de testar soluções inovadoras na série de Superbikes ficará nas mãos de equipas externas nos próximos anos, equipas que terão a oportunidade de ter apoio técnico do pessoal da Ducati. Esta opção irá dotar as equipas de máquinas e equipamento ainda mais competitivo.
Apesar da decisão de interromper a sua participação oficial no Mundial de SBK, a Ducati vai continuar a trabalhar, em colaboração com os organizadores do campeonato, outros fabricantes e a FIM, para definir os regulamentos técnicos que visam a redução de custos.
Forte no seu espírito desportivo que sempre permitiu a este fabricante participar, alinhar frente aos seus rivais, e vencer, é fundamental para a Ducati identificar, em conjunto com as outras partes interessadas, soluções que possibilitem garantir o futuro da competição no médio e longo prazo.
Recentemente o Mundial de SBK, de acordo com as recentes regulamentações, tem sido interpretado como uma competição entre protótipos do que para motos derivadas de máquinas de produção. Isto levou a um aumento nos custos, tanto para os fabricantes como para as equipas participantes. Esta imagem não se coaduna com o actual cenário económico a nível mundial, o que fez com que assegurar patrocínios seja ainda mais difícil.
A Ducati acredita que o trabalho realizado por todas as partes irá levar a melhoramentos também nesta área.”
Recordemos que a Ducati participa com uma equipa de fábrica desde o início do Mundial de Superbikes em 1988. Venceu 16 títulos de construtores e ainda treze títulos de pilotos, o último dos quais em 2008, através do piloto australiano Troy Bayliss.
Fonte:Motociclismo