Depois de quase um mês de “férias”, os pilotos do Mundial de Motocross regressaram à acção no passado fim-de-semana num dos circuitos mais carismáticos do calendário. Lommel é um local especial para muitos pilotos e também para Rui Gonçalves que ao longo dos últimos anos fez deste circuito o de sua casa. O piso extremamente mole e pesado rapidamente se degrada criando inúmeras dificuldades os pilotos, obrigando a muito empenho na condução e uma forma física absolutamente perfeita.

Durante as últimas três semanas, Rui Gonçalves aproveitou para aprimorar a sua forma física e para melhorar alguns pormenores técnicos nas sua moto. Pode-se dizer que o tempo foi bem gasto porque o piloto de Vidago cedo mostrou o seu extremo à vontade na pista belga, obtendo tempos muito bons nas sessões de treinos. Rui Gonçalves foi sexto classificado nas duas sessões de treinos de Sábado e, na corrida de qualificação, repetiria a mesma posição obtendo, assim, um excelente lugar na grelha.

Na primeira manga de domingo, Rui Gonçalves não seria feliz com a partida e era forçado a uma grande recuperação que o levaria a galgar lugares atrás de lugares, sem nunca forçar o ritmo, mas com uma consistência notável que lhe permitiu deixar mais de uma vintena de adversários para trás, terminado às portas do “top five” no 6º posto.

A segunda manga seria uma réplica fiel da primeira pelo facto do piloto da Red Bull ter falhado novamente o arranque. Encetada a recuperação, Gonçalves ia aumentando a velocidade à medida que a manga se ia desenrolando e, com um apuro de forma extraordinário, terminaria em 7º, fazendo inclusive as voltas mais consistentes para o fim da corrida, isto num altura em que a pista estava completamente destruída.

Rui Gonçalves referiu que “foi um excelente regresso às corridas depois de um mês que não se pode dizer de férias porque dei no duro para melhorar a minha condição física, o meu treino em cima da moto e alguns pormenores técnicos na KTM 350. A pista de Lommel é uma das minha favoritas, uma pista que exige muita concentração e uma boa forma física para não se cometerem muitos erros.
Nos treinos de sábado e na corrida de qualificação tomei o pulso ao piso e rapidamente me habituei ao traçado. As duas mangas de domingo foram semelhantes em termos de prestações, ou seja, não sei porque motivo, mas falhei completamente as partidas pelo facto de ter deixado a moto afundar muito na areia. Estava de tal forma para trás que até as dois tempos estavam na minha frente. Não desesperei e tentei fazer uma corrida com cabeça e sem erros, embora fossem sempre as duas mangas com recuperações exigentes, numa pista que é sobejamente reconhecida pela brutalidade em termos de piso. Penso que estou no nível que queria estar e daqui para a frente as coisas só podem melhorar.”

Classificações Grande Prémio da Bélgica (Lommel)

1º Antonio Cairoli (ITA) 50pts,
2º Max Nagl (GER) 42 pts,
3º Clement Desalle (BEL) 38 pts

7º Rui Gonçalves (POR) 29 pts

Fonte:Motociclismo