Há aqueles homens que saem de casa para comprar tabaco e nunca mais
voltam. Mas também os há ao contrário, aqueles que nunca fumam e que um
dia entram em casa sem nunca de lá terem saído. Valentino Rossi, um
antitabagista fervoroso que quase obrigou a Yamaha a mudar de
patrocinador (antes era a Gauloises, marca de cigarros) está pronto para
a transferência do século da MotoGP - Rossi, a maior estrela da
história deste desporto, o tal que vale um milhão de pessoas a mais em
audiências televisivas (foi assim em Sachsenring), é dado como certo na
Ducati em 2011. A confirmação, segundo a "Gazzetta dello Sport", deve
chegar depois do GP da República Checa, a 16 de Agosto, e virá com duas
semanas de atraso em relação ao previsto. Porquê? Por pura cortesia.
Supostamente, Rossi era para ser apresentado como piloto-Ducati no GP
dos EUA mas a Yamaha tem um mercado a defender nos states e aparecer lá
com o piloto-fetiche de saída teria os seus custos. Vai daí, a Ducati
decidiu adiar a coisa com uma contrapartida, claro: logo que acabe o
Mundial MotoGP, e ele acaba em Valência a 7 de Novembro, Rossi fica
livre para experimentar a moto da equipa italiana sem ter de esperar
pelo final de 2010 como estava estipulado no contrato. Uma mão lava a
outra e há quem esfregue ambas de contente: primeiro Valentino, que
deixa a Yamaha onde já se sentia a mais ? aceitou reduzir o ordenado e
viu Lorenzo receber o mesmo tratamento que ele; segundo Lorenzo, livre
do seu colega rival embora ande a dizer que preferia continuar a tê-lo a
seu lado; e terceiro a Ducati, que finalmente faz chegar um homem que
vende e ganha como ninguém e pelo qual estava enfeitiçada desde que
chegou ao Campeonato.