José Sócrates começou a dedicar-se à caça e, com a sua conhecida mania das grandezas, em vez de se dedicar às lebres ou às perdizes, resolveu ir ao Alasca caçar ursos. Depois de vários dias à espreita, avistou um urso grande, apontou e abateu o animal. Estava a pular de alegria, quando sentiu uma pancadinha no ombro. Era um urso maior ainda, sacudindo a cabeça em sinal de desaprovação:
- Não deverias ter feito isso - disse o urso - Mataste um dos meus semelhantes, e agora vais ter de pagar. Preferes morrer ou ser violado?
Diante das circunstâncias, o Sócrates escolheu a segunda alternativa,entregando-se ao animal. Sobreviveu, mas jurou vingança.
Um ano depois, voltou ao Alasca disposto a matar o urso que o violentara. Avistou-o, apontou e abateu-o com um único tiro. Logo sentiu uma pancadinhanas costas. Era outro urso, muito maior do que o que ele tinha matado.
O bicho repetiu o discurso do ano anterior:
- Mataste um dos meus semelhantes e vai ter de pagar. Preferes morrer ou ser violado?
Sócrates nem queria acreditar naquilo! A cena repetia-se! Jurando vingança,entregou-se ao animal monstruoso.
No ano seguinte, sedento duma desforra, voltou ao Alasca.
Avistou o gigantesco urso, apontou e abateu o animal com um tiro certeiro.
Sentiu outra pancadinha nas costas. Era um urso descomunal, que disse:
- Diz-me a verdade, tu não vens aqui p'ra caçar, pois não?!